"Até que ponto você iria para salvar alguém que ama?". Nunca tinha parado para refletir sobre essa frase, pelo menos antes de jogar Heavy Rain.
Tende-se a pensar que videogames não acrescentam nada a vida do ser humano. No entanto, alguns games podem trazer experiências interessantes no que se diz respeito a escolhas. Ao jogar um game, o indivíduo muitas vezes se depara com situações onde deve tomar decisões, de maneira a solucionar problemas e avançar no jogo. É claro que nem todos os jogos te ensinam algo ou te ajudam a tomar decisões na vida real, e vale lembrar que não é uma prática saudável gastar horas por dia jogando, contudo, uma jogatina no fim de semana não prejudica ninguém.
Heavy Rain é um jogo diferente e inovador em matéria de escolhas. Em jogos "comuns", mesmo o jogador tendo que tomar decisões, elas são predefinidas pelo jogo, e o final é sempre o mesmo independentemente das ações do jogador. Já em Heavy Rain, jogo exclusivo de Playstation 3 desenvolvido pela Quantic Dream, as decisões tomadas pelo jogador afetam diretamente o desenrolar do game, podendo gerar mais de 20 finais diferentes!
Afinal, como tudo isso funciona? Quando se desbloqueia uma nova tela, por exemplo, o jogador pode explorar todo o cenário, descobrindo informações que, a princípio, não parecem importantes, mas que no final contribuem para desvendar o mistério. Ou ele pode simplesmente seguir e passar batido. Outra característica interessante do jogo é que, a qualquer momento, pressionando o botão L2, projeta-se na tela os pensamentos do personagem, e partir daí o jogador toma a decisão do que fazer.
Esta é mágica do jogo. Essas escolhas podem parecer toscas, mas revelam muito sobre o psicológico do jogador e sobre seu caráter. Por exemplo, há uma cena em que o personagem tenta entrevistar uma mulher em seu apartamento e ela não o permite, então ele caminha pelo corredor em direção as escadas e percebe que alguém entrou no apartamento dela e a está agredindo. Que decisão tomar? Salvá-la ou deixá-la morrer?
Há também uma cena em que o personagem deve matar um traficante - que afirma ter uma filha - para poder salvar seu filho. O que fazer? Será que vale a pena matar para salvar alguém que ama? No meu caso, não matei o traficante e consegui salvar o filho.
O jogo inteiro é uma cinemática. O que limita um pouco os movimentos do personagem, mas deixa o jogo mais legal pois o transforma em um filme controlado pelo jogador. As expressões faciais do jogo são muito realistas, tornando possível ver claramente as expressões dos personagens, despertando diversas emoções no jogador dependendo da cena.
Em Heavy Rain, não há game overs. Se o jogador morre com algum personagem, a história continua sem ele, o que é interessante, porque na vida as vezes temos uma só chance para tomar decisões certas, e errar pode ser trágico, talvez não trágico quanto morrer, mas continua sendo algo a refletir. Algumas vezes é difícil não morrer, o jogo te joga em situações muito tensas e o jogador tem que responder aos movimentos rapidamente para continuar vivo, em certas cenas, cheguei a suar de tanta concentração e foco no jogo.
Beyond: Two Souls, também desenvolvido pela Quantic Dream, segue o mesmo estilo de Heavy Rain - e é tão bom quanto - só que as escolhas não são tão importantes e os gráficos são extremamente realistas e incríveis. O jogo foca na ideia do além, de um mundo além do nosso, o que não me pareceu interessante no começo, mas no final me fez refletir. "Se pudesse escolher entre a vida real, e o além, onde estão seus entes queridos, qual mundo você escolheria?"
Videogames podem parecer inúteis, mas podem fazer-nos refletir sobre algumas questões morais e éticas e sobre como tomamos decisões na vida. Heavy Rain e Beyond: Two Souls provaram que jogos não servem só pra se divertir, mas para crescer, tanto moralmente, como psicologicamente. São jogos que valem a pena ter na estante.
Espero que partir deste texto as pessoas possam considerar outro ponto de vista em relação a videogames, e que reflitam sobre algumas questões morais expostas no texto.
Heavy Rain é um jogo diferente e inovador em matéria de escolhas. Em jogos "comuns", mesmo o jogador tendo que tomar decisões, elas são predefinidas pelo jogo, e o final é sempre o mesmo independentemente das ações do jogador. Já em Heavy Rain, jogo exclusivo de Playstation 3 desenvolvido pela Quantic Dream, as decisões tomadas pelo jogador afetam diretamente o desenrolar do game, podendo gerar mais de 20 finais diferentes!
Afinal, como tudo isso funciona? Quando se desbloqueia uma nova tela, por exemplo, o jogador pode explorar todo o cenário, descobrindo informações que, a princípio, não parecem importantes, mas que no final contribuem para desvendar o mistério. Ou ele pode simplesmente seguir e passar batido. Outra característica interessante do jogo é que, a qualquer momento, pressionando o botão L2, projeta-se na tela os pensamentos do personagem, e partir daí o jogador toma a decisão do que fazer.
Em Heavy Rain, é possível tomar decisões a partir dos pensamentos do personagem. Nessa cena, pode-se brincar com seu filho, discutir com ele, oferecer um lanche, ou mandá-lo fazer lição. |
Esta é mágica do jogo. Essas escolhas podem parecer toscas, mas revelam muito sobre o psicológico do jogador e sobre seu caráter. Por exemplo, há uma cena em que o personagem tenta entrevistar uma mulher em seu apartamento e ela não o permite, então ele caminha pelo corredor em direção as escadas e percebe que alguém entrou no apartamento dela e a está agredindo. Que decisão tomar? Salvá-la ou deixá-la morrer?
Há também uma cena em que o personagem deve matar um traficante - que afirma ter uma filha - para poder salvar seu filho. O que fazer? Será que vale a pena matar para salvar alguém que ama? No meu caso, não matei o traficante e consegui salvar o filho.
"Até que ponto você iria para salvar alguém que ama?" |
Em Heavy Rain, não há game overs. Se o jogador morre com algum personagem, a história continua sem ele, o que é interessante, porque na vida as vezes temos uma só chance para tomar decisões certas, e errar pode ser trágico, talvez não trágico quanto morrer, mas continua sendo algo a refletir. Algumas vezes é difícil não morrer, o jogo te joga em situações muito tensas e o jogador tem que responder aos movimentos rapidamente para continuar vivo, em certas cenas, cheguei a suar de tanta concentração e foco no jogo.
Beyond: Two Souls, também desenvolvido pela Quantic Dream, segue o mesmo estilo de Heavy Rain - e é tão bom quanto - só que as escolhas não são tão importantes e os gráficos são extremamente realistas e incríveis. O jogo foca na ideia do além, de um mundo além do nosso, o que não me pareceu interessante no começo, mas no final me fez refletir. "Se pudesse escolher entre a vida real, e o além, onde estão seus entes queridos, qual mundo você escolheria?"
Beyond: Two Souls impressiona nos gráficos, mas perde pra Heavy Rain em relação ao peso das escolhas tomadas no jogo. |
Videogames podem parecer inúteis, mas podem fazer-nos refletir sobre algumas questões morais e éticas e sobre como tomamos decisões na vida. Heavy Rain e Beyond: Two Souls provaram que jogos não servem só pra se divertir, mas para crescer, tanto moralmente, como psicologicamente. São jogos que valem a pena ter na estante.
Espero que partir deste texto as pessoas possam considerar outro ponto de vista em relação a videogames, e que reflitam sobre algumas questões morais expostas no texto.
Nenhum comentário :
Postar um comentário
"Use este espaço para expor seu ponto de vista sobre o texto. Esteja ciente que seu comentário será moderado por mim."