A vida em cidades do interior não é vista como uma opção viável a grande parte da população, sobretudo habitantes da cidade grande. Nesse contexto, apresentarei minhas razões pelas quais prefiro o campo à metrópole, e aproveitarei para contar um pouco sobre minha última viagem e sobre o que aprendi com ela.
Vale lembrar que gosto da vida na cidade. Viver perto de grandes centros pode ser até um requisito dependendo da carreira desejada pelo indivíduo. Além de proporcionar fácil acesso a cultura e ao conhecimento, através dos teatros, bibliotecas e museus, também há certa facilidade na aquisição de bens de consumo, sem falar no fato de poder conhecer várias pessoas de diferentes culturas e estilos. No entanto, a vida na metrópole, em sua totalidade, não me convence.
Sobre o interior, começo falando da mobilidade. É possível chegar ao trabalho, escola ou padaria em apenas 10 minutos! Tudo isso em plena tranquilidade, aproveitando o clima estável e a atmosfera limpa, seja pela falta de poluição, seja pela transparência das pessoas, que te dão bom dia mesmo sem te conhecer, e quando perguntadas sobre onde fica o restaurante mais próximo, te orientam corretamente e sorriem, algo não tão comum na cidade.
Coisas simples como estas citadas, contribuem para uma melhor qualidade de vida se comparado com a cidade grande. A serenidade, aliada com a alimentação saudável do interior e a união da família e vizinhança - esta última ocorre pelo fato das casas de familiares estarem próximas e os bairros serem tranquilos - faz com que qualquer indivíduo se sinta bem. Passei tempo suficiente no interior para concluir que, no final das contas, o contato com a natureza e a relação intersocial, além é claro de uma motivação transcendental, são os requisitos básicos para uma vida feliz e completa.
Durante minha última viagem, tive a oportunidade de participar de um encontro de aeromodelistas numa cidade do interior. Nunca pensei em aeromodelismo como um hobby, e por isso não conhecia muito sobre ele. Percebi que não é um passatempo caro, e que requer bastante dedicação - imagine realizar todos os processos da construção do modelo, desde a planta, passando pela montagem, até a incorporação dos elementos eletrônicos, para finalmente voar 6 minutos com seu aeromodelo, e depois esperar a bateria esfriar e carregar para poder voar novamente - o que é positivo, porque demonstra que não se trata de uma forma de entretenimento vaga e sem valor de aprendizagem.
Tudo isso é amenizado pela união do grupo, que se reúne todo domingo. Nesses encontros, o pessoal bate-papo, troca peças, pede dicas, mexem nos modelos, ajudam uns aos outros, e voam, que é a parte mais legal. Essa convivência é muito benéfica para o desenvolvimento do trabalho em grupo, e pode ajudar bastante os membros tanto no emprego quanto na escola, já que a faixa etária do grupo engloba crianças até idosos.
Vejam que é possível ter entretenimento de qualidade no interior. Sem mencionar as grandes histórias, contos e lendas de assombrações do interior que são muito divertidas.
Estes são meus argumentos a favor da vida interiorana que, contudo, não são contra a vida da cidade. Espero que a partir deste texto, as pessoas possam refletir mais sobre o assunto.
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